21 de mai. de 2015

Olhos secos

Oh! se a minha cabeça se tornasse em águas, e os meus olhos numa fonte de lágrimas! Então choraria de dia e de noite os mortos da filha do meu povo. Jeremias 9:1

Estava por estes dias pensando, o pouco que choramos diante de tantas calamidades que ocorrem pelo mundo afora, principalmente as que direta ou indiretamente causamos.
Lamentamos, chutamos cadeiras e baldes, damos murros na parede e até dizemos palavrões, porém, não choramos mais.
Será que está havendo sequidão nas correntes que irrigam nossa alma e pensamentos? Será que estamos tão afastados da fonte que irrigam nossos sentimentos que não geram ou não conseguem alimentar os regatos da nossa alma? Será? Será?
Me veio a mente o versículo acima do lamurioso e choroso profeta, vendo que a razão da sequidão de meus olhos, está no fato de não colocar os valores divinos acima de meus interesses mesquinhos.
Não choramos (mais) quando lemos a Bíblia Sagrada, porque quando a abrimos (isto é se abrimos), é apenas pra que tenhamos respostas sobre as picuinhas que arranjamos pra nos encrencar na vida.
Não choramos (mais) quando oramos, porque quando oramos fazemos por hábito pra cumprir um ritual e não pela necessidade de manter comunhão com Deus.
Não choramos (mais) quando cantamos, por não termos tempo a "perder". Temos ocupado "nosso" tempo com tantas coisas fúteis que consideramos os minutos cantados como perda para outras coisas que considero "mais importantes".
Não choramos (mais) quando ouvimos uma pregação, pois passamos o tempo todo avaliando a exegese do pregador ou erros no idioma.
Não choramos (mais) com a conversão de alguém; nem quando assistimos o batismo de novos soldados de Cristo; com a consagração ministerial de um obreiro (a) esforçado; com o envio de missionários (as) para o Campo de Trabalho; com o louvor das crianças; com o testemunho da bênção recebida; enfim! Estamos em sequidão de estio.
As lágrimas do profeta Jeremias nasciam de um coração apaixonado pelo seu povo; seu desejo era se esvair diante de Deus, para que Ele suspendesse o juízo que se abateria sobre sua nação.
Chorava, pela impenitência do seu povo em não atender seus rogos para uma mudança de vida profunda; chorava para que Judá aceitasse a oportunidade que Deus dava (graça), de se entregar a seus inimigos para que preservassem suas vidas.
Chorava, porque conhecia o Deus que servia, sabedouro que Ele não merecia toda sorte de pecados e desobediência da parte de seu povo.
Precisamos redirecionar os nossos pensamentos para o Alvo = Cristo, priorizando o Reino que tem sido preparado desde a fundação do mundo para os fiéis.
Precisamos voltar ao primeiro amor, vestir-se da simplicidade, justiça, companheirismo, confiança, afeto, dedicação a oração, a comunhão com Deus e sua Palavra; só assim seremos irrigados pela Fonte da Água Viva, que salta desta para uma Vida Eterna melhor. Só assim deixaremos de ter Olhos Secos, pois como poço (seco), só serve pra causar desastres.